Câmara rejeita doação de empresas a partidos políticos

Sessão para análise e discussão da Reforma Política | Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Sessão para análise e discussão da Reforma Política gerou debates na Câmara | Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados rejeitou emenda que incluía na Constituição Federal a doação de empresas a partidos políticos e campanhas eleitorais. A votação teve quatro abstenções, 207 votos contrários e 264 favoráveis. Por se tratar de alteração na Constituição, contudo, era preciso no mínimo 307 votos a favor para seguir adiante.

O modelo de financiamento de campanha atual segue sem alterações. O sistema é um misto de público e privado. Políticos e partidos recebem recursos do Fundo Partidário e de pessoas físicas ou de empresas. Cada tipo de doação tem um limite específico de verba.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que foi rejeitada era uma proposta do PMDB, e defendida em especial pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O PT se posiciona no total inverso: vetar a doação de empresas e aprovar o financiamento exclusivamente público.

Distritão também é rejeitado
Além da alteração no financiamento de campanha, os deputados votaram contra o modelo distritão. Nele, seriam eleitos os candidatos mais votados em cada estado ou município, sem dar cadeiras a partidos ou coligações. Foram 267 votos contrários a emenda e 210 favoráveis, fora as cinco abstenções.

A votação foi outro confronto entre PT e PMDB. O Partido dos Trabalhadores se posicionou inteiramente contrário ao distritão, e seus parlamentares que votassem a favor poderiam ser punidos pela sigla.

O deputado Jean Wyllys (PSOL), assim como todo seu partido, também foi contrário ao distritão. Segundo ele, o sistema beneficia candidatos bancados por grandes empresas e acaba com os partidos e os debates de ideias.

Estas foram as duas primeiras derrotas de Eduardo Cunha na Câmara dos Deputados. O presidente mostrou-se indignado com os resultados. Para ele, os políticos estão demonstrando que não querem uma real mudança no cenário nacional.

Fonte: O Alvoradense