EDITORIAL | Os nossos “mensalões” também devem estar no banco dos réus

A corrupção é uma chaga da sociedade deste a sua criação. Em 2005, no Brasil, esta prática escabrosa recebeu o sinônimo de Mensalão, em atribuição ao esquema de compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional. Atribuído ao Partido dos Trabalhadores, o Mensalão se mostrou apartidário com versões em outros estados envolvendo o Dem de Brasília e o PSDB de Minas Gerais. O que se viu nesta semana em Alvorada, contudo, comprova que o pior dos “mensalões” não está em Brasília ou em qualquer outro Estado da Federação. A corrupção está nas entranhas dos municípios brasileiros, corroendo na raiz – direto da fonte – um dinheiro que faz tanta falta justamente para estas cidades.

Em Alvorada, somente com o pagamento indevido dos vales-refeição foram mais de R$ 6 milhões abocanhados dos cofres públicos, valor que deve aumentar no decorrer da investigação.Um dinheiro que poderia ter sido investido no aumento do salário dos servidores, na pavimentação das ruas hoje tão prejudicadas pelas chuvas, ou na diminuição do impacto causado pelos alagamentos nos bairros Americana e Nova Americana, por exemplo.

Tão grave quanto os escândalos na Capital Federal, são estes que nos avizinham. Os responsáveis por mais um esquema fraudulento no município se mostram próximos a outros escândalos de corrupção local que ainda aguardam julgamento, em uma coincidência que cheira a impunidade. Resta aguardar a condução das investigações da, agora conhecida, Máfia do Vale-Refeição. E que nossos “mensalões” sejam punidos como manda a Lei, aplicada tão duramente em alguns casos e desprezada em outros.