A mesma preocupação que assola o PMDB gaúcho a cada eleição em que a sigla não apresenta candidato próprio à Presidência da República aflige também o Partido Progressista no Estado. Aliado estratégico da presidente Dilma Rousseff (PT), o PP já alinhavou apoio à reeleição da petista no país. A decisão nacional, no entanto, enfrenta resistência da sigla no Rio Grande do Sul.
Apesar da oficialização da candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) ao Palácio Piratini estar prevista apenas para abril do próximo ano, o PP gaúcho tem discutido independentemente do diretório nacional o candidato ao Planalto que apoiará no Estado. Os progressistas gaúchos, conforme afirmou o presidente estadual Celso Bernardi, descartam totalmente a possibilidade de apoiar a reeleição de Dilma.
O palanque de Ana Amélia ficaria para Aécio Neves (PSDB) ou para Eduardo Campos (PSB). ‘A maioria do partido pensa hoje em coligar com o PSDB ou com o PSB, mas nós não cogitamos em momento algum apoiar a reeleição de Dilma’, afirmou ontem.
Ele classificou como especulação o alinhamento da sigla nacionalmente em torno da continuidade de Dilma, citando que a pressão do PT tem ocorrido nos diretórios do PP de São Paulo e do Rio de Janeiro, onde teriam sido oferecidos, em reuniões com as Executivas, cargos e ministérios para manter o apoio. No entanto, Bernardi está convencido de que a posição de independência será majoritária internamente – por pressão não só do RS, mas também de outros estados que descartam aliança com o PT – e que os diretórios estaduais serão liberados para fazer alianças com outros partidos. “Existe muita especulação, mas a decisão está longe de ser tomada. A possibilidade de apoiar a Dilma aqui no Estado não existe. Hoje, há uma corrente muito forte no PP gaúcho que quer a coligação com o PSB”, reforçou Bernardi.
Nas eleições de 2010, o PP ficou neutro no primeiro turno. O apoio ao PT foi formalizado apenas no segundo turno, quando a disputa pela Presidência ficou entre Dilma e José Serra (PSDB).
Fonte: Correio do Povo