Gente nossa: a solidariedade não tem idade

UNIÃO. Adolescentes criaram um grupo secreto para ajudar pessoas necessitadas na cidade e já foram reconhecidos até pelo Governador Tarso Genro. | Foto: Arquivo Pessoal / OA

Com apenas 12 anos, Roni Vian da Silva Lhul Júnior é um exemplo de cidadania e responsabilidade. O menino de olhar decidido afirma ter uma missão: ajudar por meio de projetos sociais as pessoas que mais precisam. Esta convicção surgiu graças a um pedido do líder da Força Patriota Estudantil (Fope) do Rio Grande do Sul, Daniel Moretto.

O que ninguém imaginava era que o projeto que surgiria a partir deste pedido ganharia a proporção que ganhou. Era para ser um projeto temporário que servisse para divulgar o grupo entre os jovens da cidade e aumentar o número de alunos da companhia. O que se viu, no entanto, foi surgir um grupo preocupado não só em divulgar o Fope, mas em ajudar as pessoas que mais precisam. Graças ao trabalho de Roni a Elite Anônima do Fope (EAF) ganhou as ruas da cidade.

Até mesmo os pais do menino, Roni e Adriana, que conhecem a determinação do filho se surpreenderam com a rapidez que ele organizou tudo. Em pouco tempo ele já tinha um grupo formado e estava coordenando mutirões de arrecadação pela cidade. São apenas quatro meses de atuação do EAF, mas a visibilidade que eles conseguiram através do projeto já rendeu muito mais do que o menino de 12 anos poderia imaginar.

O EAF é composta por 14 jovens. Juntos eles idealizam estratégias, fórmulas e seguem leis e preceitos que se assemelham aos utilizados por sociedades anôminas antigas. Roni admite que já havia pesquisado sobre maçonaria e que é fascinado pelo assunto, mas afirma não ter se inspirado neles diretamente. O anonimato, garante ele, é uma estratégia para que o trabalho possa ser realizado de forma segura e eficiente. “Isto serve para a Elite como uma ferramenta seletiva onde só faz parte do grupo os que são realmente comprometidos com o trabalho social e compartilham esse desejo de ajudar quem mais precisa”, explica o menino.

O lema do grupo é: “Entender-se até pelo olhar e em todas as aulas ter o pacto da irmandade”. E é justamente buscando este ideal que os adolescentes tentam melhorar a vida de desconhecidos. Para Roni estar comprometido com a cidade onde mora e com as melhoras que ações simples, como as doações que eles organizam fazem, parte do conjunto de valores que eles aprendem e que precisam transmitir a sociedade. Uma preocupação cativante.

Um futuro disciplinado
Engana-se quem pensa que com 12 anos um menino quer apenas futebol e video-game. Roni sonha em ser sargento da aeronáutica e pretende prestar em 2014 o exame para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Minas Gerais. O sonho, que ainda é motivo de susto para os pais, é buscado com muito trabalho. Ele sabe que para chegar aonde pretende, terá que se dedicar muito, mas quem duvida que lhe falte disciplina para seguir os seus ideais?

Fonte: Amanda Fernandes / O Alvoradense