Mais de um milhão de brasileiros saíram as ruas contra corrupção no domingo

Manifestantes pediam reforma política, impeachment e até intervenção militar

Na avenida Paulista, em São Paulo, estiveram presentes 1 milhão de pessoas / Foto: Paulo Pinto / Fotos Públicas / OA

Mais de um milhão de manifestantes foram às ruas nos 26 estados contra o governo no último domingo (15). Em todo Brasil, houve protestos contra corrupção, pedindo reforma política ou impeachment a presidente Dilma Rousseff – e até mesmo algumas pessoas reivindicando a volta dos militares no poder. Em meio a diferentes pautas, algumas até conflitantes, havia uma exigência comum a todos: o fim da corrupção.

Em Porto Alegre, 100 mil pessoas se reuniram em frente ao Parcão, no bairro Moinhos de Vento, e caminharam até a Redenção, no Bom Fim. Em Brasília, cerca de 50 mil marcharam até o Congresso Nacional. Na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, foram 15 mil manifestantes.

A cidade mais populosa da América do Sul foi responsável pelo protesto mais intenso: 1 milhão de pessoas congestionaram a avenida Paulista, em São Paulo, exigindo o fim da corrupção, segundo dados da Polícia Militar. Para a DataFolha, foram 210 mil. Ainda assim, mesmo com a projeção mais tímida, tratou-se do maior protesto político desde 1984.

Ministros de Dilma foram responsáveis por pronunciamento / Foto: José Cruz / Fotos Públicas / OA
Ministros de Dilma foram responsáveis por pronunciamento / Foto: José Cruz / Fotos Públicas / OA

No mesmo dia, à noite, o governo concedeu uma entrevista coletiva, a fim de dar um parecer à população que pedia mais transparência. José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, foram os responsáveis pelo pronunciamento. Os ministros defenderam o direito de protesto da população, e garantiram um combate rigoroso à corrupção. Ambos salientaram que a gestão atual não vive na impunidade – como provocação aos governos anteriores.

Durante o pronunciamento dos ministros de Dilma, novamente foram registrados  “panelaços” em alguns locais pelo país. Insatisfeitos com o governo, os manifestantes bateram forte nas panelas nas varandas, a fim de não ouvir o que Cardozo e Rossetto tinham a dizer.

Em Alvorada, não foi registrado nenhuma manifestação no domingo, data em que foi realizada a apuração do Carnaval. O temor do governo era que as arquibancadas se tornassem um espaço propício para os protestos, o que acabou não ocorrendo.

No Rio Grande do Sul, além da Capital, houve protestos em diversos municípios. Os maiores foram registrados em Caxias do Sul, São Lourenço do Sul e Santa Maria.

Fonte: O Alvoradense